A bandeira do Império Otomano, um campo vermelho com uma foice e uma estrela brancas (a atual bandeira da Turquia), permaneceu a bandeira da Síria de 1844 até que as últimas tropas otomanas deixaram Damasco em 30 de setembro de 1918.
A bandeira Faisali é a bandeira da Grande Revolta Árabe (1916-1918). Ela foi adotada como bandeira oficial da Síria pela família real hachemita. Ela se tornou oficial em 30 de setembro de 1918 e permaneceu assim até 8 de março de 1920, quando Faisal I se tornou rei da Síria e a independência do país do Império Otomano foi oficialmente proclamada.
A segunda bandeira de Faisal permaneceu oficial de 8 de março de 1920 até que o governo do rei Faisal foi derrubado em 24 de julho de 1920 e substituído pelo regime do Mandato Francês. Posteriormente, ela foi adotada como a bandeira oficial da Jordânia com uma mudança nas cores.
A bandeira do Reino da República Árabe da Síria deixou de existir quando a vanguarda das tropas de Gouraud entrou no país em 24 de julho de 1920, após a vitória deste último na Batalha de Maysalun. A bandeira foi abolida e uma nova bandeira foi proclamada, de cor azul, com um crescente branco no meio e uma miniatura da bandeira francesa no canto superior. Depois que os franceses entraram no país, eles emitiram uma série de decretos que mais tarde ficaram conhecidos como decretos de divisão. Esses decretos foram emitidos pelo comandante dos exércitos franceses no Oriente, Henri Gouraud, entre agosto de 1920 e março de 1921, ordenando a divisão do país sob o pretexto de falta de harmonia entre os povos.

A bandeira síria adotada em 1º de janeiro de 1932 foi a que durou mais tempo, até a união da Síria com o Egito em 1958. Quando ocorreu a separação, essa bandeira voltou oficialmente por um curto período até a chegada do Partido Baath ao poder em 8 de março de 1963, com 27 anos de idade oficial. Essa bandeira recebeu o nome de “Bandeira da Independência”, pois simbolizava a libertação da Síria do mandato francês em 17 de abril de 1946. A bandeira tinha a seguinte aparência: sua comprimento era duas vezes maior que sua largura e era dividida em três faixas paralelas iguais nas cores verde, branco e preto, sendo que a parte branca continha três estrelas vermelhas com cinco raios.

A bandeira da independência foi substituída em abril de 1958, em adição às leis que previam o desenho da bandeira síria na época, a fim de criar uma identidade árabe mais forte. A nova bandeira adotou as cores vermelha, branca e preta das cores da unidade árabe, e a cor das estrelas na bandeira foi substituída de vermelha para verde em homenagem à unidade sírio-egípcia, já que as duas estrelas simbolizam tanto a Síria quanto o Egito.
Em 1963, os governos baathistas da Síria e do Iraque tentaram criar uma aliança entre a Síria, o Egito e o Iraque, mas essas tentativas fracassaram. Entretanto, tanto a Síria quanto o Iraque adotaram uma nova bandeira para simbolizar a unidade. Essa bandeira é idêntica à bandeira da República Árabe Unida, exceto pela mudança no número de estrelas de duas para três. As três estrelas simbolizam a unidade do Egito, da Síria e do Iraque, bem como os objetivos do Partido Socialista Árabe Ba'ath: unidade, liberdade e socialismo. Em 1972, a Síria aderiu à União das Repúblicas Árabes, juntamente com o Egito e a Líbia, e adotou uma nova bandeira, que substitui as estrelas por uma águia, simbolizando a tribo do profeta Maomé, os coraixitas. A União foi dissolvida em 1977, e a Síria continuou a usar a bandeira da União até 1980, quando foi abolida e substituída pela bandeira anterior com duas estrelas, que havia sido usada anteriormente de 1958 a 1961 para demonstrar apoio à unidade árabe.
Em novembro-dezembro de 2024, a República Árabe da Síria passou por uma dramática transformação política, que levou diretamente à substituição da bandeira nacional. Em 27 de novembro de 2024, uma coalizão de forças oposicionistas liderada pelo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) iniciou um ataque relâmpago contra o regime de Bashar al-Assad, que durou apenas 11 dias e culminou com a tomada de cidades importantes, incluindo Damasco, em 8 de dezembro. No mesmo dia, o exército sírio reconheceu a derrubada do presidente, e Assad fugiu com a família para Moscou, onde recebeu asilo político da Rússia. Este evento pôs fim a 53 anos de governo da família Assad e a quase seis décadas de domínio baathista, acompanhadas por uma guerra civil desde 2011. Imediatamente depois disso, a bandeira da oposição — um tricolor verde, branco e preto com três estrelas vermelhas — foi hasteada sobre instituições governamentais na Síria e embaixadas no exterior (em particular em Moscou, Atenas e Madri), onde milhares de sírios comemoraram o fim da ditadura, queimando ou pisoteando a versão baathista anterior. Essa bandeira tornou-se de facto um símbolo nacional já em dezembro de 2024 e foi oficialmente aprovada em março de 2025.

O retorno às “bandeiras da independência” (design de 1932-1958) teve um profundo significado simbólico e político: representou uma ruptura com o regime de Assad, cujos atributos eram associados à repressão, à aliança com o Egito e ao baathismo pan-árabe. A oposição escolheu essa opção ainda em 2011 como emblema da revolução, para enfatizar o desejo de liberdade, democracia e unidade da nação, contrariando a propaganda do regime, que o acusava de colonialismo. As três estrelas vermelhas na faixa branca representam a unidade histórica das três regiões-chave da Síria — Aleppo, Damasco e Deir ez-Zor — ou as três revoltas anticoloniais contra o mandato francês (Ibrahim Hananu no norte, Sultan al-Atrash nas montanhas Druze e Salih al-Ali na região de Alawite). As cores remetem à história islâmica: o verde ao califado de Rashidun (esperança e fertilidade), o branco aos omíadas (paz e pureza) e o preto aos abássidas (luta contra a opressão). Assim, a nova simbologia enfatiza o retorno às raízes da independência síria da França em 1946, prometendo um “novo começo” após décadas de autoritarismo.