Bandeira da Nova Caledônia
País | Nova Caledônia |
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População | 292,639 (2024) |
Área (Km²) | 18,280 |
Сontinente | Oceania |
Emoji | 🇳🇨 |
hex | rgb | |
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#0035AD | 0, 53, 173 | |
#ED4135 | 237, 65, 53 | |
#009543 | 0, 149, 67 | |
#FAE600 | 250, 230, 0 | |
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A Nova Caledônia usa oficialmente duas bandeiras: a tricolor francesa e a bandeira do movimento de independência, a FLNKS. A bandeira francesa foi hasteada pela primeira vez no território da Nova Caledônia em 24 de setembro de 1853. Isso aconteceu durante a expedição do almirante francês Auguste Febvrier-Despointes, que declarou oficialmente a Nova Caledônia uma colônia francesa em nome de Napoleão III. Desde então, havia apenas uma bandeira francesa no território, mas em 13 de julho de 2010, tudo mudou. Como parte de um acordo entre os defensores da independência e os defensores do vínculo com a França, foi decidido que o território da Nova Caledônia seria oficialmente representado por duas bandeiras. A bandeira Kanak, representando o movimento de independência FLNKS (“Front de Libération Nationale Kanak et Socialiste”), que se tornou um dos símbolos da luta da população indígena da Nova Caledônia (Kanaks) por autonomia e independência. Essa bandeira foi adotada em 1984 e somente em 2010 recebeu o status de bandeira oficial, juntamente com a bandeira francesa. Entretanto, nem todas as comunas da Nova Caledônia apoiaram essa decisão, mas a maioria delas agora hasteia as duas bandeiras, enquanto as demais hasteiam apenas a tricolor francesa.
Oferecemos o download gratuito da bandeira do país nos formatos png e svg. Essa é uma bandeira retangular ou quadrada, oficial, não deformada.
Significado do simbolismo da bandeira da Nova Caledônia
- A faixa azul simboliza o céu e o oceano que cercam as ilhas;
- A faixa vermelha representa a luta pela liberdade e o sangue derramado no processo;
- A faixa verde representa a terra, a riqueza dos recursos naturais e a conexão com a terra natal;
- O círculo amarelo simboliza o sol, e o totem preto é um elemento importante da cultura melanésia que simboliza a espiritualidade e a cultura do povo Kanak.
Os Kanaks são o povo indígena da Nova Caledônia que usa a bandeira do movimento de independência FLNKS, cujo elemento principal e importante é o totem (flèche faîtière).
A flèche faîtière é uma lança esculpida que adorna os telhados das casas, incluindo as casas dos chefes nas comunidades Kanak. Ela serve como um lar para os espíritos ancestrais e sua conexão com a comunidade moderna.
A lanterna é feita de madeira e consiste em três componentes principais:
- Rostos ancestrais: Um rosto encimado por uma coroa é esculpido no centro da lança, simbolizando a figura dos ancestrais;
- A voz do ancestral: Trata-se de uma haste longa e arredondada, geralmente decorada com conchas, que se acredita transmitir a voz dos ancestrais;
- Espigões de proteção: Espigões de madeira com pontas afiadas se estendem de cada lado da figura central, projetados para afastar os maus espíritos e proteger a integridade espiritual da casa.
A flèche tem significado cultural e religioso, pois representa não apenas um ancestral, mas uma comunidade de todos os ancestrais que, acredita-se, guiam e protegem seus descendentes.
História da bandeira da Nova Caledônia
Em 1774, o explorador britânico James Cook, conhecido por suas viagens pelo Oceano Pacífico, chegou às ilhas e deu a elas o nome de “Nova Caledônia” devido à semelhança das paisagens com sua Escócia natal (Caledônia é o nome latino da antiga Escócia).
No entanto, em meados do século XIX, ou seja, em 1853, as tropas francesas anexaram oficialmente a Nova Caledônia, transformando-a em uma colônia penal para a detenção de criminosos e prisioneiros políticos. Essa anexação foi acompanhada pelo deslocamento maciço da população indígena e pela tomada de suas terras férteis pelos colonos. Já no início do século XX, surgiram tensões sociais entre a população indígena e os colonos europeus, que acabaram se transformando em uma luta pela independência.
O povo indígena da Nova Caledônia, os Kanaks, se levantou várias vezes contra a ocupação francesa. Uma das maiores revoltas ocorreu em 1878, durante uma tentativa de unir as tribos contra as tropas francesas, que foi brutalmente reprimida, milhares de Kanaks morreram, mas a luta pela soberania continuou.
Em 1984, em resposta a anos de opressão e privação de direitos, a Frente para a Libertação Nacional dos Kanaks e Socialistas (FLNKS) tornou-se a líder do movimento de independência. Um dos símbolos desse movimento foi a bandeira azul-vermelha-verde da FLNKS, que foi hasteada pela primeira vez durante manifestações e protestos políticos.
Em 2010, foi tomada a decisão de usar oficialmente duas bandeiras: a tricolor francesa e a bandeira Kanak FLNKS. No entanto, essa decisão provocou um debate acalorado. Para os defensores da independência, a bandeira Kanak tornou-se um símbolo de esperança e resistência ao colonialismo. Para outros, incluindo os imigrantes europeus, a bandeira tricolor francesa continuou sendo um sinal de estabilidade e conexão com a França. Essa decisão refletiu uma divisão na sociedade que levou a três referendos de independência em 2018, 2020 e 2021:
- 2018: No primeiro referendo, 56,7% dos eleitores decidiram permanecer como parte da França. O comparecimento foi alto, com mais de 81% dos eleitores participando, e os resultados mostraram uma divisão significativa: as comunidades indígenas apoiaram a independência de forma esmagadora, enquanto as pessoas de ascendência europeia favoreceram a permanência na França;
- 2020: O segundo referendo mostrou uma redução da diferença: 53,26% votaram pela permanência na França. O comparecimento foi ainda maior, 85,6%. Embora a diferença tenha diminuído, ela destacou as divisões étnicas e regionais na Nova Caledônia: as províncias do norte e da ilha favoreceram a independência, enquanto a região sul, mais próspera economicamente, se opôs;
- 2021: O terceiro e último referendo, realizado em condições controversas devido à pandemia da COVID-19, registrou uma queda significativa no comparecimento (43,90%). A esmagadora maioria (96,49%) votou contra a independência, mas isso se deveu a um boicote da comunidade Kanak, que criticou o momento da votação no contexto da pandemia.
Apesar de todos os referendos realizados e das tentativas de determinar o futuro do arquipélago, a questão da independência continua em aberto para muitos kanaks.