A bandeira sempre foi um dos símbolos mais importantes do estado, do povo e da tribo. Desde os tempos antigos, a serpente, como um totem ilírio, tem sido um símbolo desse território até ser substituída pela águia romana. Os bizantinos se opuseram a isso, introduzindo a águia de duas cabeças como um símbolo de poder secular e espiritual unido. Os estados medievais eslavos seguiram o exemplo, incluindo os Crnojeviches, os últimos senhores feudais de Zeta. Os montenegrinos passaram uma parte significativa de sua luta pela liberdade sob o domínio de Veneza, talvez seu único aliado na luta contra o Império Otomano, de modo que muitas tribos montenegrinas hastearam a bandeira de São Marcos como símbolo de pertencimento e aliança com os venezianos. Entretanto, com o desenvolvimento da consciência de libertação nacional e a criação das primeiras instituições do Estado moderno, Montenegro começou a hastear suas próprias bandeiras.
Em Montenegro, uma bandeira com uma cruz vermelha em um campo branco foi introduzida como bandeira nacional durante os reinados dos bispos Pedro I e Pedro II. Essa bandeira simbolizava o sistema teocrático de governo do país. Entretanto, o movimento revolucionário da “Primavera do Povo” em 1848 levou a uma mudança na bandeira nacional. Sob a influência da ideia pan-eslava e de seu congresso em Praga, Montenegro adotou uma bandeira tricolor - vermelha, azul e branca. Essa bandeira se tornou um símbolo das revoluções civis e foi introduzida como uma nova bandeira nacional. Como resultado, surgiram os porta-bandeiras, que faziam parte do exército e eram valorizados pelo povo. A bandeira nacional tinha o símbolo de uma cruz em uma lança e foi colocada em um campo branco com uma borda vermelha. Assim, o desenvolvimento da bandeira montenegrina está ligado a eventos históricos e à influência da ideologia pan-eslava.
A Igreja ucraniana, representada pelo bispo Mykola Negosh, foi cautelosa com relação ao pan-eslavismo e seus símbolos. Negosh não apoiava o movimento, que era liderado pelo Império Russo e visava à subjugação de outros povos eslavos. Ele estava preocupado com o fato de que esse movimento poderia levar a uma ameaça à individualidade de Montenegro. Por esse motivo, a bandeira nacional de Montenegro permanece inalterada, mas o papel do tricolor é diminuído, denotando um envolvimento geral em uma corrente política sob controle russo. Quando o príncipe Daniel subir ao trono, os símbolos do estado permanecerão inalterados. A bandeira com uma cruz vermelha em um campo branco continuará a refletir o nome “Exército Cruzado”, que data de 1854.
Em Montenegro, antes da Batalha de Grahovca em 1858, foi introduzida uma nova bandeira com uma águia de duas cabeças, que se tornou um símbolo nacional e dinástico. Outras bandeiras também foram usadas, inclusive a bandeira dos Cruzados. Após a independência em 1878, foram estabelecidos símbolos oficiais do estado, incluindo uma bandeira com uma águia de duas cabeças, uma bandeira militar com uma cruz branca e uma bandeira da marinha com campos vermelhos, azuis e brancos. Essas bandeiras oficiais foram usadas até 1918. É importante observar que a bandeira tricolor não faz parte da tradição montenegrina e não reflete seus valores. A atual bandeira oficial de Montenegro tem um único símbolo.