- A cor verde simboliza a paz e a harmonia e representa a fertilidade e a riqueza das terras do país;
- A cor amarela simboliza justiça e igualdade, com todos os grupos étnicos e religiões vivendo juntos em harmonia. O amarelo também está associado ao ouro - riqueza, grandeza e espiritualidade;
- O vermelho é um símbolo de luta. Ela comemora os heróis que defenderam a soberania, a independência e a liberdade;
- O disco azul, no centro, simboliza a paz, a harmonia e a estabilidade, enquanto o formato redondo reflete a integridade e a indivisibilidade do país;
- Os raios dourados que emanam da estrela entre seus cantos simbolizam os princípios sobre os quais o país foi construído: Unidade, paz, igualdade, liberdade e progresso;
- A estrela dourada de cinco pontas colocada dentro do disco azul simboliza a unidade de todos os grupos étnicos, religiões e diversidade de culturas. Embora a Etiópia seja composta por mais de 80 grupos étnicos diferentes, é possível distinguir cinco grupos principais:
Os Oromo são o maior grupo étnico da Etiópia, representando aproximadamente 34 a 35% da população total do país (mais de 40 milhões de pessoas). Os Oromo têm seu próprio idioma, o Afan Oromo, que pertence à família de idiomas Kushitic;
Os Amhara são o segundo maior grupo étnico, representando cerca de 27% da população do país (aproximadamente 30 milhões de pessoas). Historicamente, os Amhara têm sido associados ao governo central da Etiópia, e seu idioma, o amárico, é a língua oficial do país. Os membros desse grupo sempre desempenharam papéis de liderança na elite histórica, incluindo imperadores;
Tigray - o grupo representa cerca de 7% da população da Etiópia (mais de 7 milhões de pessoas). Eles vivem principalmente no norte do país, na região de Tigray, que foi o centro do antigo Reino de Aksum;
Somália - A etnia somalis representa cerca de 6% da população (mais de 6 milhões de pessoas) e vive principalmente no leste da Etiópia. Os somalis também vivem na Somália, no Djibuti e no Quênia;
O Sidano (Povos do Sul) é um nome coletivo para mais de 50 grupos étnicos menores que vivem no sul da Etiópia, incluindo os Sidama, Wolaita, Gurrage e outros. Juntos, eles representam aproximadamente 20% da população do país;
Um leitor atento notará que esses cinco grupos representam mais de 95% da população, com os restantes cerca de 5 a 6% provenientes de grupos étnicos menores, como Afar, Nuer, Anuak e outros, que também têm suas próprias culturas e idiomas exclusivos.
A História da Bandeira da Etiópia
Muito antes de a Etiópia ter uma bandeira oficial, três cores — verde, amarelo e vermelho — tremulavam por suas terras. Elas surgiam em estandartes ou flâmulas, carregadas de um significado profundo para a Igreja Ortodoxa Etíope. O verde falava dos campos férteis e da esperança por dias melhores. O amarelo brilhava com paz, riqueza e a santidade da igreja. O vermelho representava o sangue derramado pela fé e pela liberdade. Para os etíopes, essas não eram apenas cores: elas entrelaçavam a alma do povo, sua conexão com Deus e sua terra. Dizem que lembravam o arco-íris do Livro do Gênesis, simbolizando a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

Em 6 de outubro de 1897, o imperador Menelik II hasteou a primeira bandeira oficial da Etiópia. Três faixas se sobrepunham: vermelho no topo, amarelo no meio, verde na base. Na faixa amarela destacava-se a letra amárica "ም", a marca do imperador. O vermelho evocava o sangue derramado pela liberdade. O amarelo prometia paz e harmonia entre os povos. O verde cantava a terra fértil e a esperança.
Essa bandeira nasceu após a vitória em Adwa, em 1896, quando os etíopes esmagaram os invasores italianos. Imagine-a ondulando orgulhosa sobre o campo de batalha, como se proclamasse: "A Etiópia é livre!" Essa bandeira foi a primeira voz de uma nação que se revelou ao mundo.

Quando Menelik II faleceu em 1913, a bandeira mudou. A letra "ም" desapareceu, e as cores foram reorganizadas: verde no topo, amarelo no meio, vermelho na base. Muitas vezes, exibia o Leão de Judá: um leão coroado segurando uma cruz, símbolo da dinastia salomônica, que se dizia descendente da rainha de Sabá e do rei Salomão. O Leão de Judá encarava o mundo, como se dissesse: "Aqui reinam Deus e o imperador!"
Em 1936, tropas italianas invadiram a Etiópia, e a bandeira nacional sumiu dos céus. Em seu lugar, tremulava uma estranha: o tricolor italiano, com faixas verticais verde, branca e vermelha, e o escudo da Casa de Saboia no centro. O escudo mostrava uma cruz branca em fundo vermelho. Essas cores não tinham nada a ver com a alma etíope: o verde pelas planícies italianas, o branco pela pureza, o vermelho pelo sangue do império. Para os etíopes, essa bandeira era um sinal amargo de opressão, enquanto guardavam sua verdadeira bandeira no coração, esperando pela liberdade.

Em 1941, quando os italianos foram expulsos com ajuda britânica, o Leão de Judá rugiu novamente. Haile Selassie I havia fixado seu desenho em lei em 1932. O leão coroado com sua cruz tornou-se o coração da bandeira, as cores sua alma. Era uma era em que a Etiópia tentava acompanhar o mundo moderno, mas tempestades se formavam, prontas para derrubar a monarquia.
Em 1974, Haile Selassie I perdeu seu trono, e a bandeira mudou. A coroa do leão sumiu, sua cruz foi substituída por uma lança — sinal do fim da monarquia. A bandeira permaneceu um tricolor: verde no topo, amarelo no meio, vermelho na base. Mas as cores perderam seu brilho sagrado: o verde agora falava da terra, o amarelo da paz, o vermelho da luta. Essa bandeira era como uma ponte: a velha Etiópia desvanecia, a nova ainda não nascera.

Com a chegada do Derg em 1975, a bandeira muitas vezes era um simples tricolor — verde, amarelo, vermelho — na vida cotidiana. Mas em ocasiões oficiais, adicionavam um emblema: um arado sobre um sol amarelo em um círculo azul, cercado por uma guirlanda verde de trigo, às vezes coroada por uma estrela vermelha. O arado exaltava o trabalho camponês, o sol um futuro radiante, a guirlanda a colheita. O verde representava o progresso, o amarelo a esperança de igualdade, o vermelho o sangue de uma nova era. Essa bandeira refletia sonhos socialistas, nem sempre felizes.
Em 1987, sob Mengistu Haile Mariam, a bandeira ganhou novo brilho. O tricolor permaneceu, mas um emblema ousado adornou o centro: uma estrela amarela de cinco pontas sobre um disco vermelho, com o obelisco de Aksum, uma engrenagem, ramos de oliveira e um sol nascente abaixo. Acima, em amárico, reluzia a inscrição "የኢትዮጵያ ሕዝባዊ ዲሞክራሲያዊ ሪፐብሊክ" — República Democrática Popular da Etiópia. A estrela ardia com fogo revolucionário, a engrenagem louvava o trabalho, o obelisco recordava uma glória antiga. O verde significava progresso, o amarelo unidade, o vermelho luta. Mas essa bandeira não durou muito: em 1991, o Derg caiu.

Em 1991, quando o Derg ruiu, a Etiópia pareceu respirar aliviada após anos de tormentas. A bandeira voltou à sua simplicidade: um tricolor — verde no topo, amarelo no meio, vermelho na base — sem emblemas ou estrelas. Era como uma tela em branco para um novo capítulo. O verde cantava a terra e o renascimento, o amarelo a esperança de paz, o vermelho a memória dos que lutaram. Em 1992, foi consagrada como símbolo estatal do governo de transição. Simples, mas querida, ela tremulava sobre uma nação que buscava seu caminho, unindo as pessoas em sonhos de um amanhã melhor.
Em 31 de outubro de 1996, a Etiópia revelou a bandeira que tremula hoje. Três faixas — verde, amarelo, vermelho — unem-se com um disco azul no centro, onde brilha uma estrela de cinco pontas com raios. Suas proporções são 1:2.
Cada elemento carrega um significado:
- O verde pelo trabalho, progresso e campos férteis.
- O amarelo pela esperança que aquece os corações.
- O vermelho pelo sangue derramado pela liberdade.
- O disco azul pela paz que a nação almeja.
- A estrela com seus raios pela unidade dos povos etíopes e seu sonho de um futuro luminoso.
Nascida após a Constituição de 1995, quando a Etiópia se tornou uma federação, essa bandeira abraça todos os seus povos, sussurrando: "Juntos somos mais fortes." Quando a vemos ondular na brisa hoje, parece carregar a alma da Etiópia: seu passado e sua esperança pelo que está por vir.